7/12/2014

Carta aberta, peito aberto.

As coisas parecem tão vazias. Mesmo as coisas que antes emocionavam, o cheiro que dava saudades, as memórias vivas pelo corpo... nada mais, tudo sem vida. As memórias de momentos bons ainda persistem porém aparentam ser algo tão distante da nossa realidade, como um filme que assistimos na TV. Uma memória de uma risada fácil e leve, a cócega na barriga, a esperança nos olhos. Você lembra das palavras proibidas e as primeiras vezes que as proibições foram quebradas ? Palavras como nós, amor, pequena. O sorriso de alegria no seu rosto quando meu segredo foi revelado. "Ah, eu já sabia !"
Essas coisas, tudo o que escrevo não faz sentido pra ninguém além de nós, não é mesmo ? Ninguém que ler vai entender mas você vai.
E todo esse passado que agora parece tão distante, tão não real e que um dia existiu, foi real, vivemos e sentimos aquilo. Como vivemos e sentimos o agora, o frio e doloroso presente. O que se tornou o presente foi o silêncio, a indiferença, o desconforto e claro, o afastamento. Aquelas palavras que significavam tanto, agora tantas vezes ditas e o vazio que vem com elas, palavras que ecoam no silêncio do nosso mundo. Mundo este tão fechado, tão utópico, tão irreal que simplesmente e somente não está resistindo.

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