12/19/2012

Dias de verão.


Ele acordou sentindo os fracos raios solares atravessando a lona da barraca e indo de encontro aos seus olhos. Ao tentar se mover rapidamente foi lembrado de que não estava sozinho e que havia alguém dormindo pesadamente ao seu lado. Bastou sentir o cheiro da garota adormecida para que sua mente se enchesse de memórias daqueles curtos dias.
Definitivamente a ideia de acampar não havia lhe agradado no começo. Logo ele, um homem tão prático, não conseguia se quer se imaginar passando seus dias de verão em um camping esquecido por Deus. No início tinha se queixado, lamentara a falta de tomadas e a ausência de sinal para o celular mas logo depois se rendera a pressão dos grandes olhos castanhos da menina.
Depois vieram aqueles dias... Veio o passeio de barco, onde ela gritava mais do que tudo e tentava desesperadamente se agarrar nele. Veio o dia da pescaria mas infelizmente não vieram os peixes. E as caminhadas de mãos dadas ao por do sol, enquanto de vez ou outra ela parava para simpatizar com algum animal silvestre. Os jantares ao luar sempre com um bom vinho para acompanhar a truta. As juras vieram, o carinho veio logo em seguida. A paixão exigente, ofegante e insaciável vinha todas as noites na pequena barraca.
Ele deixou os dedos vaguearem por entre os fios de cabelo dela enquanto se indagava: "E quando veio o amor ?"
Ela abriu os olhos e sorriu. Aquele sorriso preguiçoso, despreocupado e sincero. Passou os dedos pelo rosto dele numa carícia tão suave quanto uma brisa. Neste momento ele entendeu: o amor sempre esteve ali.

"Quero a vida sempre assim, com você perto de mim..."


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