12/17/2012
Isabelle
Ela olhou em volta scanneando o local. Ele estava ali. É claro que estaria. Ele não aceitaria nada menos que uma tarde de autógrafos para o lançamento do livro. Seu livro, ela frisou mentalmente. Seu livro, suas idéias... sob o nome de outro.
A fila para os autógrafos era comprida, mas ela esperou pacientemente. Já fora longe demais para desistir agora.
Ele lhe lançou aquele sorriso sedutor. Ela quase gargalhou, ele não havia mudado nada. Uma troca de olhar e um toque de mãos e ele já estava na palma de sua mão. Tudo tão fácil.
Suas mãos suaram ao entrarem no quarto. Fora naquele quarto que tudo começara, que ele a usara. E tudo se repetia, era quase patético. O vinho, a música clássica... Mas dessa vez ela teria o controle.
Se olhou no espelho mais uma vez. Com um rápido movimento retirou a peruca liberando os cabelos castanhos e cheios. Ele a reconheceria e saberia o porquê.
Não foram os cabelos que o fez compreender. Foram os olhos. Os grandes olhos verdes que antes eram puramente inocentes. Isabelle. Ele não se mexeu, não tentou soltar as algemas que o prendiam a cama. Isabelle sempre fora fraca. Isabelle não teria coragem.
Ela lavava rapidamente o sangue das mãos. Não fora tão difícil quanto tinha imaginado. Ela quase vacilara quando ele tentou dizer o quanto a amara.
Ela jogou a faca na bolsa e saiu. Enquanto seus saltos faziam o típico toc toc na calçada úmida, ela repetia mentalmente: O que está feito, está feito.
"E garotas bonitas fazem túmulos"
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